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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A LENDA MORADA DE CABOCLO RECONTADA.

Morada de Caboclo
(de Walcyr Monteiro)
Certo dia em uma noite enluarada um grupo de rapazes reuniu-se para realizar o costumeiro bate-papo, entre eles Walter de Sousa Moreira um dos rapazes do grupo. Estavam conversando sobre um programa que deveriam fazer no dia seguinte, ou seja um passeio ou um jogo de futebol, enfim coisas do tipo em que cada um dava sua opinião sem a confirmação de que programa deveriam fazer. Um dos rapazes pergunta:
-Que tal irmos ao cinema?
E um dos rapazes conhecido como baixinho, responde:

-Não sei não cara, amanhã é o jogo do Remo e Paysandu. E eu tenho certeza que nem um de nós quer perder este jogaço.

Todos ficaram em silêncio. De repente baixinho fala:

-Que tal todos nós assistirmos o jogo lá em casa? Fazemos uma coleta, compramos refrigerante, pipoca, e nos divertimos. Que tal não é uma boa?

-Então tá certo já temos um programa para amanhã.

Depois de algumas horas de conversa um dos rapazes avista do outro lado da rua Bolota. Bolota por sua vez era um rapazola de 16 anos metido a saber mais que todo mundo, este era seu apelido por ser gordo e desengonçado. Ele era malquerido pela turma de rapazes do bairro.

Bolota aproximou-se dizendo:

-Olá, meu! Que caras são essas?

-Olha, Bolota, vê se não chateia. Hoje o dia foi negro pra mim.

-E o que que eu tenho a ver com isso? - disse Bolota.

-Cuidado, Bolota, que a barra pode pesar pro teu lado.

Bolota finge que não escuta e senta-se.

Um dos rapazes inicia um novo assunto como se estivessem continuando a conversa:

-Mas sim, o que estávamos falando? Eu acho que é verdade foi a “tesoura” da rua que contou- disse ele piscando para os outros.

-E tu acha que é verdade?

-Não sei, acho que não.

-Acredita em quê? Perguntou bolota intrometendo-se na conversa.


-Na tua coragem, Bolota!

-E vocês estavam falando de mim, é?

-Estávamos sim, e daí? Sabe o que é? É que eu e o Tonhão apostamos que não és capaz de ir á casa de Tia Nair e trazer o vazo com tajá Rio Negro que ela tem na porta da casa.

-E o que eu ganho com isso?- perguntou Bolota.

-Cada um dá um cruzeiro.-Todos responderam imaginando Bolota sair correndo da casa da tia Nair com vassouradas nas costas.

Bolota imediatamente levantou-se e saiu em direção da casa da Tia Nair, levando em conta que ele iria ganhar vários cruzeiros de seus amigos pela sua coragem.

Os amigos de Bolota riam só em pensar que ele não conseguiria completar sua aposta, além de sair dolorido com as vassouradas da Tia Nair.

Olharam para o relógio, eram 23:45 horas. De repente a conversa parou e o silêncio tornou-se pesado. E depois de minutos, os gritos apavorados de bolota:

-Socorro! Socorro!

Os rapazes viram seu desespero, e levantaram-se correndo em direção dos gritos apavorados de Bolota, que vinha da casa de Tia Nair. Mas Bolota os alcança primeiro cansado com sua carreira e suando frio.

-Um homem! Um homem apavorante! Venham, vamos lá rápido.

Todos reunidos foram ao local, pensando ser um ladrão. Mas nada viram de anormal. Um dos rapazes que tinha uma lanterna, focou na direção da casa de tia Nair com a intenção de descobrir o que tinha causado os apavorantes gritos de Bolota. A luz bateu no tajá Rio Negro

Bolota diz que havia visto um gigantesco caboclo saindo do vazo.

No dia seguinte a dona da planta ficou sabendo do ocorrido, e não gostou nada, nada e disse:

-Bem feito! Quem mandou mecher com as coisas dos outros?

Depois disso todos que passavam pela casa de Tia Nair ficavam com receio de olhar para o vaso com medo de verem o gigantesco caboclo.

Dizem que os caboclos de olhos flamejantes fazem sua morada no tajá Rio Negro defendendo as pessoas que moram na casa que ele se encontra.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

BIOGRAFIA DO ESCRITOR WALCYR MONTEIRO

Walcyr Monteiro

Nasceu em Belém em 27 de janeiro de 1940 - Curso Primário no Grupo Escolar Benjamin Constant-Curso Secundário no Colégio Estadual Paes de Carvalho-Licenciado em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Pará - Bacharel em Economia pelas Faculdades Integradas do Colégio Moderno.
Tem curso de Especialização em Consultoria Industrial para Pequenas e Médias Indústrias pela Universidade Estadual de Campinas – São Paulo;   Especialização em Administração Profissional pelo Conselho Nacional de Pesquisas – Instituto de Pesquisa Rodoviárias; curso de Gerência de Recursos Humanos, pela FUNCEP – Fundação Centro de Formação do Servidor Público, Brasília-DF;  c0urso de Direção de Instituições de Formação e Consultoria, pela Organização Internacional do Trabalho – OIT, Turim - Itália. 
Exerceu várias funções: Jornalista profissional, trabalha(ou) e/ou colabora(ou) em diversos jornais e revistas, destacando-se Jornal do Dia, A Província do Pará, Folha do Norte, O Liberal, Nosso Jornal, O Jornalista, PQP, Nosso Pará e Ver-o-Pará;  Técnico do Instituto do Desenvolvimento Econômico-Social do Pará - IDESP (1965 - 1974); Fundador, implantador e 1º Diretor-Executivo do Centro de Assistência Gerencial à Pequena e Média Empresa do Estado do Pará – CEAG-Pará, atual SEBRAE (1974-1977); Professor de Ensino Médio (Disciplinas: História Geral, História do Brasil, História Econômica e Administrativa do Brasil e OSPB. Estabelecimento: Colégio Comercial Americano do Sul, (1965 - 1976); Professor de Ensino Superior (Disciplinas: Antropologia Cultural, na Escola de Enfermagem Magalhães Barata (1968 – 1972) e, Economia Brasileira I, e Ciência Política II, nas Faculdades Integradas do Colégio Moderno, (1981 - 1982);  Assessor Técnico da Secretaria de Cultura, Desportos e Turismo do Estado do Pará - SECDET (1983 - 1985);  Assessor da Presidência (1983), Assessor de Planejamento (1983 - 1985 e 1991 – 1994), Diretor do Departamento Fundiário (1985 - 1987) e Presidente (1987 – 1990) do Instituto de Terras do Pará - ITERPA .
A par das atividades exercidas, proferiu conferências e palestras sobre temas empresariais, históricos, folclóricos e fundiários em cursos, simpósios, seminários, congressos e outros eventos para as mais variadas organizações e entidades e em inúmeros estabelecimentos de ensino em Belém, no interior do Pará, em outros Estados e, em maio de 2001, em Portugal e na Ilha da Madeira.  
 FONTE: UBE (UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES)